Eu turisto, tu turistas, ele turista!

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Acho esquisito quando, em minha vida, acontece o seguinte diálogo:

– Onde você vai passar a lua-de-mel?

– Em Portugal, respondo.

– Mas só? Replicam, geralmente com feições de espanto.

Nesse momento, passa pela minha cabeça: qual o problema de visitar apenas um país da Europa? Aliás, por que devemos sempre visitar muitos países em uma viagem para Europa?

Todos os argumentos a favor são ótimos, mas não me convencem. Enquadro-me em uma categoria diferente de turista. Acho que viajar não é passar pelos principais pontos turísticos dentro de um ônibus de excursão, cheio de brasileiros. Acredito que o verdadeiro sentido de visitar outros lugares não é tirar fotos e agrupá-las em um álbum para mostrar aos amigos, como provas do grande número de países visitados. Isso não tem graça, não acrescenta nada além de portarretratos na estante da sala. Para mim, viajar é ter o contato com o diferente, é viver, por certo período, como os próprios cidadãos, é abrir-se para uma cultura tão interessante quanto à própria e, dessa forma, acabar conhecendo a si mesmo e aprendendo muito.

Inegável é a necessidade de tempo, é através dele que cria-se vínculos e lembranças que ninguém poderá tirar de você.  Quanto mais tempo em cada lugar, melhor. Transitar a cada duas noites pelas cidades europeias é conhecer o Coliseu, a Torre Eiffel, a Torre de Belém, Palácio de Buckingham… Já ficar por mais tempo em qualquer um dos países que abrigam esses monumentos é viver como vivem os habitantes, é comer onde eles comem e se divertir como se divertem.

Não se espante quado digo que não quero ter fotografias em monumentos famosos. Quero mais, ir além. Colecionar conhecimento, experiências únicas, novas formas de ver a vida. Portanto, sim, vou só para Portugal dessa vez. Quero conhecer as belezas da terrinha, mergulhar na cultura tão rica dos portugueses, ver de perto um povo que, por mais que se insista, é totalmente diferente do nosso. Os outros lugares ficam para uma próxima vez!

Foto: Centro de Lisboa
Crédito: Turismo de Lisboa/ Divulgação