A partir de hoje, começo o meu relato pessoal e intransferível da viagem de 12 dias pela Europa, feita por mim, meu marido e minha irmã (parcialmente). Não espere encontrar aqui dicas super quentes de viagem, o que eu quero passar é a experiência e pensamentos bem pessoais e interiores do que eu vivi lá fora. Espero que gostem da experiência, com certeza será diferente para mim.
Dia 1 – Guarulhos
Ai, meu Deus, como eu odeio avião. Odeio de odiar mesmo. Tenho medo, não, melhor, tenho pavor que chega a ser incontrolavelmente irracional. Mas, contraditoriamente, adoro viajar. Então, além de pagar o preço da viagem em si, tenho que passar algumas apavoráveis horas terríveis dentro de um avião a atravessar o mar.
Depois de atravessar o aeroporto em um ônibus da TAM (será que a TAM brigou com o aeroporto? É a segunda vez que não pego vôo internacional do finger) entro no avião. Procuro por minha poltrona 19 sei lá o que e descubro que a aeronave é daquelas antigas que ainda tem cinzeiros nos braços das poltronas e nos banheiros (cara, faz quanto tempo que não pode mais fumar em avião? Já pensou quantos anos tem esse avião? E km de vôos?). Isso sempre me desespera. O avião começa a funcionar e sobe aquele cheiro de combustível terrível – sou só eu que acho isso estranho? Não me recordo de sentir cheiro de gasolina quando ligo o carro. Meu marido, que está apertado ao meu lado, começa a fuçar a poltrona dele a procura da mesa e da tela da TV. Mexe no braço para ver se está embaixo e uma peça sai na mão dele. NA MÃO DELE, entenderam a idade do avião? (ok, fica calma, Flavia. Vc tem um plano)
O plano é o seguinte: dormir a qualquer custo. Então, logo após o jantar – que obviamente foi tenebroso e eu sempre me pergunto será que o povo não fica com fome com essa pequena quantidade de comida que eles servem ou eu que sou gulosa? – tomei um comprimido de FERNEGAN com uma tacinha de vinho. Sim, tiro e queda. Aos 20 minutos do Wall Street capotei de forma a acordar apenas para ir ao banheiro no meio da noite e para o café da manhã.
A sensação de dormir, pelas primeira vez, uma noite inteira em um voo noturno foi esplêndida. Saí do avião com a certeza de que eu tinha superado o pavor irracional de voar – o que comprovou-se errado no decorrer da viagem!
Depois de 12 horas, desembarquei em Paris, para meu primeiro dia na Cidade Luz!