A viagem – Dia 1

A partir de hoje, começo o meu relato pessoal e intransferível da viagem de 12 dias pela Europa, feita por mim, meu marido e minha irmã (parcialmente). Não espere encontrar aqui dicas super quentes de viagem, o que eu quero passar é a experiência e pensamentos bem pessoais e interiores do que eu vivi lá fora. Espero que gostem da experiência, com certeza será diferente para mim.

Dia 1 – Guarulhos

Ai, meu Deus, como eu odeio avião. Odeio de odiar mesmo. Tenho medo, não, melhor, tenho pavor que chega a ser incontrolavelmente irracional. Mas, contraditoriamente,  adoro viajar. Então, além de pagar o preço da viagem em si, tenho que passar algumas apavoráveis horas terríveis dentro de um avião a atravessar o mar.

Depois de atravessar o aeroporto em um ônibus da TAM (será que a TAM brigou com o aeroporto? É a segunda vez que não pego vôo internacional do finger) entro no avião. Procuro por minha poltrona 19 sei lá o que e descubro que a aeronave é daquelas antigas que ainda tem cinzeiros nos braços das poltronas e nos banheiros (cara, faz quanto tempo que não pode mais fumar em avião? Já pensou quantos anos tem esse avião? E km de vôos?). Isso sempre me desespera. O avião começa a funcionar e sobe aquele cheiro de combustível terrível – sou só eu que acho isso estranho? Não me recordo de sentir cheiro de gasolina quando ligo o carro. Meu marido, que está apertado ao meu lado, começa a fuçar a poltrona dele a procura da mesa e da tela da TV. Mexe no braço para ver se está embaixo e uma peça sai na mão dele. NA MÃO DELE, entenderam a idade do avião? (ok, fica calma, Flavia. Vc tem um plano)

O plano é o seguinte: dormir a qualquer custo. Então, logo após o jantar – que obviamente foi tenebroso e eu sempre me pergunto será que o povo não fica com fome com essa pequena quantidade de comida que eles servem ou eu que sou gulosa? – tomei um comprimido de FERNEGAN com uma tacinha de vinho. Sim, tiro e queda. Aos 20 minutos do Wall Street capotei de forma a acordar apenas para ir ao banheiro no meio da noite e para o café da manhã.

A sensação de dormir, pelas primeira vez, uma noite inteira em um voo noturno foi esplêndida. Saí do avião com a certeza de que eu tinha superado o pavor irracional de voar – o que comprovou-se errado no decorrer da viagem!

Depois de 12 horas, desembarquei em Paris, para meu primeiro dia na Cidade Luz!

Fotografada: New York City

Ver é uma qualidade específica de cada e, por isso, muito especial. Cada um vislumbra o mundo de uma forma diferente, olhando, enquadrando e focando em lugares tão pontuais que é mpossível duas pessoas tirarem a mesma foto. A fotografia é ponto de vista, não é a realidade. Male má serve como prova concreta de algo além da existência do objeto que está representado pelos pixels ou cristais de prata no determinado momento do click.

Conhecer uma cidade é, para mim, olhar, sentir e cheirar um canto novo do mundo. Tudo isso é individual e presencial, já que a experiência de conhecer ao vivo nunca se comparará a olhar fotos e filmes. Porém uma viagem de turismo não existe sem fotos, as quais desejamos mostrar para alguém que gostamos.

Em dezembro do ano passado, fui a New York City pela primeira vez. A cidade, tenho de reconhecer, é apaixonante. Quebro paradigmas quase intrínsecos a mim ao reconhecer que os Estados Unidos sabe construir uma metrópole cosmopolita e belamente turística. Não quero relatar passo a passo a minha viagem, como um guia de viagem (muitos já foram reconhecidamente publicados esta que é uma das cidades mais visitadas do mundo). Também não quero dar dicas imperdíveis do que fazer, pois minhas experiências foram únicas e inesquecíveis do meu jeito. Contudo, posso mostrar o que eu vi e fotografei em alguns dos lugares que passei. Então, você poderá ter mais um ponto de vista para decidir se NYC é uma cidade que vale a pena conhecer ou voltar.

NYC Skyline
Empire State Building View – Iphone
Central Park
Central Park – Nikon D60
China Town
China Town – Nikon d60
Brooklyn Bridge
Brooklyn Bridge – Nikon D60
Le Cube
Le Cube – Nikon D60
9/11 Memorial
9/11 Memorial – Nikon D60
Miis Liberty Boat
Miss Liberty Boar – Nikon D60
Miss Liberty
Miss Liberty – Nikon D60
MOMA
MOMA – Nikon D 60
Love
Love – Nikon D60

Brooklyn Restaurante

Agradável, confortável, divertido e bem gostoso. Esses são os adjetivos que quero usar para descrever o Brooklyn Restaurante, que fica no Itaim Bibi e completou 10 anos de funcionamento. O conceito é o seguinte: você janta bem devagar, mas bem devagar mesmo, e ao mesmo tempo se diverte com as músicas de famosos musicais Broadway, interpretadas pelos garçons cantores.

Como eu sou uma apaixonada por musicais, a demora do serviço em nada me incomodou. Na realidade, eu até gostei – quanto mais eu esperava, mais ouvia e cantava músicas de Rent, Fantasma da Ópera, Rei Leão, Jesus Superstar, Cabaré e muitos outros. Eu me diverti horrores e pelas 23h30 de uma terça-feira eu não queria embora.

É claro que se não fosse por isso, eu estaria bufando de impaciência e nervosismo na mesa. Afinal, chegamos ao restaurante às 20h00, sentamos, recebemos os cardápios de bebidas, escolhemos um vinho e comemos vários pães do couvert (pão integral, italiano, palitinhos, pasta de azeitona e margarina). Depois de uma hora, o garçom não havia trazido os cardápios de refeição e tivemos que pedir por ele. No meio disso, houve a cantoria agradável – que começou com uma excelente performance de “Can You Fell the Love Tonight” do Rei Leão. Então, desencanei da demora e comecei a curtir demais o ambiente.

Meu pedido na noite: para a entrada, o Tartar de Filé Mignon com ovo pochet, azeite trufado e frissée; principal, Anchova grelhada com molho de Sakê com purê de batata, amêndoas e azeite trufado; e sobremesa, uma torta quente de chocolate amargo com sorvete de tangerina. Eles ainda serviram uma Surpresa do Chef, que ontem era um creme de mandioquinha. Eu achei tudo maravilhoso! Eu adoro o sabor da trufa, então não podia ter pedido pratos mais perfeito. E a sobremesa, obviamente de chocolate, estava de arrasar! Mas, para uma crítica de fato, é preciso levar em consideração que eu estava deslumbrada com as apresentações e com o sabor da trufa!

Os preços são bem salgados, comparam-se ao Di Bistrô e Jun Sakamoto. Entretanto, é um programa que se estende pela noite toda e que une a diversão dos musicais, com excelentes apresentações e cantores, e comida bem feita. Vale a pena a visita e, sem dúvida, a volta!

Ah, os tais dos garçons cantores nos servem, sim! É claro que há outros, que não cantam, que fazem o serviço de fato. Entretando, hora ou outra você vê um dos cantores carregando bandeijas e retirando pratos. Inclusive, um deles veio a mesa para conversar conosco – já que eu e minha irmã estávamos esgoelando de cantar todas as músicas.

Serviço:

Brooklyn Restaurante
Preço: Couvert Artístico R$ 15; Vinho Salton Classic R$ 40; Couvert R$ 8; Entrada (Steak Tartar) R$ 30; Principal (Anchova) R$ 58; Sobremesa (Torta de chocolate amargo) R$ 20.
Endereço: Rua Baltazar Fernandes, 54
Tel: 11 5533-4999/ 5093-8802
Horário de funcionamento: A partir das 20h
Obs: É preciso fazer reservas com antecedência, pois o restaurante não tem rotatividade e vive cheio. Não adianta chegar antes das 20h, as portas só se abrem neste horário. O Valet é R$ 15.

Superação

Correr é superar, sempre. Superar a preguiça de sair da cama pela manhã. Superar a vontade de ir direto para casa depois de um dia cheio de trabalho, se jogar no sofá e ficar de pernas para o ar. Superar a chatice que é fazer musculação. Superar a dor no pé e a moleza nas pernas depois de uma hora de percurso. Superar o sol, a chuva, o frio, o calor…

Mesmo para os viciados, as vontades humanas atrapalham. Quem nunca quis ir para o bar com os amigos ou se afundar em pizza no final de semana de corrida? Ou então acordou e estava aquele tempo feio, quase garoando, e pensou: “acho que hoje não vou, não”? Nesses momentos sempre lembro: Deus me fez perfeita e me deu a possibilidade de fazer algo que amo muito; que considero “melhor do que muita que existe”. Então, porque raios eu vou sucumbir à preguiça?

E é bem nos dias que faço um esforço tremendo para ir treinar que encontro no Ibira exemplos que deixam a minha superação no chinelo. Encontro deficientes físicos ou visuais, amputados, mães com bebês em carrinhos… Chego até a ficar com raiva de mim, por não estar me esforçando mais.

Pensando nisso hoje, depois que passei uma semana de molho por causa de uma infecção urinária mais forte e remédios mal receitados, lembrei de um vídeo fenomenal que sempre, sempre mesmo, me faz chorar. Isso sim é superação e entrega!

PS: Eu sonho com o dia que completarei o Ironman! Quando isso acontecer, vou até tatuar na perna! Deixei um espaço especialmente reservado!

Samsung 10K

Acordei 30 minutos atrasada no último domingo (15) e não consegui encontrar pela primeira vez os Twittersrun, um grupo de corrida do Twitter que achei por acaso na semana passada. Fiquei triste, pois estava ansiosa por conhecer outros corredores (não estou em nenhuma assessoria esportiva, por isso corro sozinha). Apesar disso, fiquei muito, mas muito, contente com a prova, que foi uma das melhores que já participei.

Nunca tinha feito uma corrida com percurso pelo Ibirapuera, República do Líbano e Rubem Berta. O que quer dizer que, obviamente, nunca tinha participado da Samsung 10K e, como não li nada sobre o assunto, não esperava uma corrida tão grande. Fiquei impressionada quando encontrei cerca de 10 mil pessoas se amontoando para chegar à largada. Eu acho isso fantástico – um monte de corredores, esportistas de bem com a vida. Adoro esses eventos que movimentam muitas pessoas.

Antes de passar pelo pórtico da largada, tinha decido que iria fazer uma corrida bem tranqüila e iria parar no caminho para tirar fotos. E foi o que fiz. No final, me senti tão bem que consegui fazer uma porção de coisas depois – arrumar a casa é uma delas.

O percurso é muito bacana. As subidas, apesar de muitas, são tranqüilas e a energia de todas aquelas pessoas te impulsionam a ir mais e mais. Terminei a prova em 1h05min – um tempo bem ruim, tendo em vista que meu objetivo neste ano era ficar abaixo de 1h (mas é preciso considerar que eu casei em junho e estou tendo aula todos os dias). Apesar disso, fiquei bastante satisfeita e feliz!

Próxima corrida
Circuito das Estações – Verão (10k)
Data: 20 de dezembro
Local: Pacaembu
Inscrições: R$ 66 (www.circuitodasestacoes.com.br)

We care a Lot

Imagem 038Sábado, 7 de novembro, foi dia do Faith No More na Chácara do Jóquei, São Paulo. Digo isso porque as outras atrações internacionais e nacionais do  festival Maquinaria deste ano, Nação Zumbi, Sepultura, Jane´s Addiction e Deftones, apesar de boas, não chegam nem aos pés da banda liderada pelo Mike Patton. E, sem dúvidas, não eram tão esperadas.

Quando chegamos, o Deftones já tinha entrado. Consegui pular algumas poucos músicas, cantar outras, mas o som estava tão embolado que ficou difícil conseguir entender o que se passava no palco. E tava sol, um calor quase insuportável… E eu ainda não tinha entrado naquele clima de show.

No final, começou a tocar uma banda no outro palco, o My Space, lá atrás. E eu pensei: “coitado desses caras. Eles se preparam muito, estão super empolgados, e vão tocar para uma meia dúzia de pessoas”. O festival montou dois palcos, como no ano passado, e  claro que poucos saíram do lugar para prestigiar as bandas novas que tocaram. Sem contar que, apesar de ser no mesmo recinto, a som quase não chegava para quem estava mais perto do palco principal.

O primeiro show que vi de verdade foi o Jane´s Addiction, uma banda que gosto muito. O palco estava bem bonito; atrás, um painel com três caveiras mexicanas desenhadas em cores de henna deu certo glamour à apresentação. O vocalista, Perry Farrell, vestia um macacão brilhante ridículo a lá David Bowie ou Ney Matogrosso  (que coincidentemente foi citado por Mike Patton em virtude da chuva, em clara alusão a Secos & Molhados – “Eu estar secos, vocês molhados”,  assim mesmo, em português). Inclusive, dava rebolados e fazia dancinhas sexy, como Ney. Ao lado, Dave Navarro que diante da enorme energia de Farrell ficou bem apagado. Aliás, o guitarrista (ex-Red Hot Chilli Peppers) só ganhou destaque quando teve o físico elogiado pelo performático vocalista em um de seus devaneios. Outro destaque foram as dançarinas vestidas de quimonos, que logo que entraram fizeram um strip-tease diante do público e exibiram vestes provocantes. Gostei: foi bacana constar que a voz de Farrel está em perfeito estado. Eu particularmente gostei das músicas Ritual de lo Habitual, Stop e Been Caught Stealling, e de Jane Says, ao violão. Não gostei: do número de samba no final.

Set List: Up the Beach, Mountain Song, Three Days, Whores, Then She Did, Been Caught Stealing, Ocean Size, Ted, Just Admit It…, This guy is in love with you. Bis: Summertime Rolls, Stop!, Jane Says, Chip Away.

Depois, no MySpace, houve a apresentação Brothers of Brazil, dos irmãos Suplicy. As pessoas em volta começaram: “pelamordedeus, começa logo o show do Faith no More para o Supla parar de cantar”. Eu concordei e ponto.

Então, depois de 20 minutos e chuva forte, eis que sobe ao palco o tão esperado FNM. Mike Patton surge com os cabelos penteados para trás, de camisa e calça social vermelhas, segurando uma bengala em uma mão e um guarda-chuva preto na outra. No pescoço, um distintivo policial. Tenho que dizer: charmoso. Os outros integrantes, de terno – à exceção do baterista que exibia seus imensos dreads. Fantástica, profissional e perfeita, a banda fez a apresentação esperada pelo público pelos últimos dez anos: um setlist só de clássicos que todos berravam, fizeram brincadeiras, ironizaram, xingaram e, sem dúvida, tocaram MUITO. Ponto positivíssimo para Patton, que arriscou dirigir-se ao público o tempo todo em português embolado (eu nunca vi outro artista de rock fazer o mesmo, uma demonstração imensa de respeito). Inclusive, os shows no Brasil tiveram direito a uma versão de Evidence em português que foi dedicada a Zé do Caixão. Adorei: o show todo – impecável. Detestei: a homenagem ao Palmeiras – desnecessário (se fosse Corinthians…).

Setlist: Reunited, From Out of Nowhere, Be Aggressive, Caffeine, Evidence (em português), Surprise! You’re Dead, Last Cup of Sorrow, Ricochet, Easy, Epic, Midlife Crisis, Caralho Voador, The Gentle Art of Making Enemies, King for a Day, Ashes to Ashes, Just a Man. Bis: Stripsearch, We Care a Lot, This guy is in love with you, Digging the Grave

Sobre o Festival

O Maquinaria estava muito bem organizado: não foi difícil achar vagas e sair do estacionamento, havia bastante pontos de distribuição de bebidas, os shows começaram na hora (com exceção do Faith No More que atrasou por causa da chuva torrencial) e não havia filas em banheiros, bares e restaurantes. Nota dez!

Eu gravei um pedacinho do show do Faith No More. A qualidade não está lá essas coisas, mas dá para ouvir o final de Easy e Epic inteira.

P.S: Queria tanto um celular que fizesse vídeo também…

Por Aí: Angra dos Reis

IMG_0359Se você não planeja gastar rios de dinheiro em um único final de semana na praia, não vá para Angra dos Reis. Agora, se você está disposto a desembolsar uma boa quantia de reais para viver dias de luxo e glamour, em hotéis fantásticos, gastronomia sofisticada e, ainda, aproveitar a vista de uma das costas mais bonitas do litoral fluminense, não pense duas vezes – Angra dos Reis é o destino ideal.

De fato, a costa é fenomenal de beleza natural. Pequenas praias particulares são emolduradas por altíssimas montanhas cheias de vegetação tropical; o mar azul é salpicado por pequenas ilhas que são verdadeiros refúgios verdes; peixinhos nadam em torno das pedras em águas cristalinas e calmas… É o cenário paradisíaco perfeito: aqui só dá para pensar em mergulhar, nadar no mar, água fresca, pés pro ar e praia das 9h às 18h.

Fiquei hospedada no Pestana Beach Bungalows – Angra dos Reis . O hotel é totalmente digno das cinco estrelas que estampam o logo dos travesseiros e toalhas. Há praia particular, restaurante com culinária excelente, piscina à beira do mar, espreguiçadeiras confortáveis, caiaques, possibilidade para esportes náuticos, salão de jogos, academia, jacuzzi e um Spa L´Occitane belíssimo. A vista, tanto do deck em que fica o restaurante, da praia e da piscina, é exuberante. O hotel é pequeno, há apenas 27 bangalôs exclusivos que se distribuem em uma área imensa. Por isso, a sensação é de que tudo aquilo é só para você e todos os funcionários estão ali apenas para servi-lo.IMG_0376

Os quartos são amplos, bem decorados, têm um deck bem confortável e banheiro impressionante de imenso (quando eu construir minha casa vou querer fazer igual). Para completar, a natureza: passarinhos multicoloridos voando e te fazendo companhia durante o café da manhã, flores tropicais, árvores verdes e peixinhos na praia… É simplesmente um sonho, um lugar para relaxar.

Encontrei três defeitos: a academia é quente e pequena demais, o serviço não se compara aos hotéis de São Paulo em prontidão e rapidez e, claro, tudo é um absurdo de caro (água R$ 4,50; cerveja R$ 7,80 a long neck e assim por diante).Só fica lá quem realmente pode gastar. As diárias são de R$ 980 e R$ 1.080, o aluguel da lancha para esportes náuticos e passeios na orla é R$ 1.200 por dia para 4 pessoas, a massagem é R$ 60 para 30 minutos. Ou seja, um mundo irreal para pessoas comuns como eu, que só estava lá porque ganhei um concurso de fotos, e que não costumam ter R$ 5 mil disponível para um final de semana.

Marina do Shopping PiratasE é isso. Angra dos Reis é aproveitar o hotel, fazer passeios de lancha, mergulhar e nada mais. A cidade em si é muito feia, parece um daqueles morros cariocas. Só consegui ver casas inacabadas, lajes, botecos caindo aos pedaços, carros velhos… Não há um restaurante bacana, um centrinho charmoso com lojinhas de lembranças de Agra ou qualquer lugar para os inúmeros estrangeiros gastarem os dólares e euros. É estranho e bizarro. Não consegui entender como é possível existir mundos tão opostos de distintos em lugares tão próximos. O mar cheio de iates milionários, offshores do último modelo, ilhas particulares, jatinho, helicópteros, planadores de manobras; na terra, barracos, Brasílias caindo aos pedaços, bicicletas velhas… Muito contraste para um lugar só. E uma grande decepção também. Eu sempre ouvi dizer das belezas de Angra, mas eu gosto mesmo de lugares onde é possível correr na rua, passear na calçada e tomar sorvete de mãos dadas ao meu marido – além de terem praias maravilhosas. Ainda prefiro Ilha Bela.

Bom, como não sou milionária, provavelmente não voltarei para Angra tão cedo. Entretanto, valeu a experiência de um final de semana de luxo em meio à tão bela paisagem.

FEIRA DE DOAÇÃO DE CÃES E GATOS

Sábado, dia 03 de outubro, tem feirinha de adoção de cães e gatos da Vila Mariana.  Para mim virou lema: não compre, adote. Tem tanto animalzinho em busca de um lar carinhoso… Eu acho louvável quem se dispõe a adotar um bichinho, eu adotei a Rôtie.

Em um mês trouxe uma alegria para casa inacreditável – e eu achei que não era possível ter mais. Ela é hiper-carinhosa, ronronenta, companheira, enérgica e brincalhona. Adora ficar comigo e, até quando tomo banho, fica na porta do banheiro. É adorável!

Prove um pouquinho da felicidade, adote um bichinho!

Local: AV. CONS. RODRIGUES ALVES, 523 – VILA MARIANA – SÃO PAULO
Data: 03 DE OUTUBRO 2009
Horário 10:30 ÀS 16:30

O inferno em São Paulo

No coração de São Paulo existe um lugar que eu nunca queria ter passado. Não tenho dúvidas de que o que vi foi o mais parecido com a visão de inferno, tanto bíblico como o de Dante. Seres humanos, que naquela situação pareciam quase pessoas, se aglomeravam aos montes em dois quarteirões de uma paralela a Rio Branco. Não consegui contar, não conseguir falar… Espantei-me com tamanha degradação que o craque causou naquelas pessoas.

Você sabia que existia uma rua dessas em São Paulo? Você sabe como é que é, quer dizer, já viu como é? Se não, se você só ouviu falar, você não sabe o que é ver a degradação humana dessa forma. Não encorajo ninguém a tentar ver, a cena é inesquecível. Entretanto, acho importante que haja a indignação, que pessoas queiram mudar aquilo ali, que a população cobre do governo uma atitude de mudança, cobre o combate severo ao tráfico de drogas. Para que isso aconteça, é preciso que se fale do assunto, que se mostre.

Não tenho coragem de voltar lá para fotografar, aliás, não tenho coragem de voltar lá e ponto. Queria ter esse espírito aventureiro… Procurei no Google por imagens de lá, mas nenhuma consegue traduzir o que de fato é a Cracolândia. Posso tentar, com essas palavras, descrever o que vi em um minuto naquele inferno.

Acredito que havia mais de trezentas pessoas que, espremidas, espremiam os carros que desviavam da avenida fechada por causa da virada cultural. Seminuas, nuas, sujas, agarrando-se pelos braços, estiradas no chão, meninas, meninos, mulheres e homens gritavam e fumavam o cachimbo com craque em plena luz do dia, na hora do almoço de domingo.

Atravessou a rua uma menina, deveria ter por volta dos 13 anos. A blusa estava rasgada, as costas estavam imundas, os cabelos estavam curtos pela sujeira e pelos nós, estava de bermuda. Um homem, que aparentava seus 40 anos, a pegou pelo braço e jogou-a no chão. Ela levantou e continuou andando, como se nada tivesse acontecido.

Perguntei: Meu Deus, o que é isso? Logo, me responderam: É o inferno! Lembrou-me aquela cena do limbo do filme estrelado por Robin Willians, “Um Amor Além da Vida” (a cena, você vê no vídeo acima)

Foram poucos minutos de contato, capazes de me fazer abominar todo e qualquer tipo de droga, de me fazer enxergar o quanto esses alucinógenos – químicos, naturais, legais ou proibidos – transformam pessoas comuns, boas, em animais.

Virando à direita, há dois quarteirões dali, postos policiais com viaturas que nada fazem. Parecem que não ligam para o que está acontecendo. É desencorajador e prova irrefutável de que aquilo ali não vai acabar tão cedo.

Eu turisto, tu turistas, ele turista!

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Acho esquisito quando, em minha vida, acontece o seguinte diálogo:

– Onde você vai passar a lua-de-mel?

– Em Portugal, respondo.

– Mas só? Replicam, geralmente com feições de espanto.

Nesse momento, passa pela minha cabeça: qual o problema de visitar apenas um país da Europa? Aliás, por que devemos sempre visitar muitos países em uma viagem para Europa?

Todos os argumentos a favor são ótimos, mas não me convencem. Enquadro-me em uma categoria diferente de turista. Acho que viajar não é passar pelos principais pontos turísticos dentro de um ônibus de excursão, cheio de brasileiros. Acredito que o verdadeiro sentido de visitar outros lugares não é tirar fotos e agrupá-las em um álbum para mostrar aos amigos, como provas do grande número de países visitados. Isso não tem graça, não acrescenta nada além de portarretratos na estante da sala. Para mim, viajar é ter o contato com o diferente, é viver, por certo período, como os próprios cidadãos, é abrir-se para uma cultura tão interessante quanto à própria e, dessa forma, acabar conhecendo a si mesmo e aprendendo muito.

Inegável é a necessidade de tempo, é através dele que cria-se vínculos e lembranças que ninguém poderá tirar de você.  Quanto mais tempo em cada lugar, melhor. Transitar a cada duas noites pelas cidades europeias é conhecer o Coliseu, a Torre Eiffel, a Torre de Belém, Palácio de Buckingham… Já ficar por mais tempo em qualquer um dos países que abrigam esses monumentos é viver como vivem os habitantes, é comer onde eles comem e se divertir como se divertem.

Não se espante quado digo que não quero ter fotografias em monumentos famosos. Quero mais, ir além. Colecionar conhecimento, experiências únicas, novas formas de ver a vida. Portanto, sim, vou só para Portugal dessa vez. Quero conhecer as belezas da terrinha, mergulhar na cultura tão rica dos portugueses, ver de perto um povo que, por mais que se insista, é totalmente diferente do nosso. Os outros lugares ficam para uma próxima vez!

Foto: Centro de Lisboa
Crédito: Turismo de Lisboa/ Divulgação