Música, som, ruído: Trilha Sonora

Pampulha

Para mim, a música tem uma importância enorme na hora da corrida. Aliás, reformulando, a música tem um papel fundamental em qualquer momento da minha vida. Ela faz o papel de trilha sonora do presente, do passado e do futuro. Ouço músicas que amo e que me lembram o passado e a emoção aflora de tal forma que transforma aquele cenário no presente em perfeição memorável.

Durante os treinos, a música funciona da mesma forma, além do papel clássico de motivação. Ouço músicas que me lembram corridas do passado e que serão perfeitas para me ajudar a terminar desafios futuros. Aproveito a música que está tocando para embalar um cenário, um treino, um sentimento… Eu simplesmente não consigo conceber um mundo sem ritmo, letra, cancões. Por isso, pra começar 2011, reformulei todas as músicas do meu Ipod. Abaixo segue a lista das que mais tocam hoje:

  1. Rain, by Mika (The Boy Who New too Much)
  2. Ready to Start, by Arcade Fire (The Suburbs)
  3. Love like a Sunset, by Phoenix (Wolfgang Amadeus)
  4. From Above, by Ben Folds & Nick Hornby (Lonely Avenue)
  5. All I Want, by LCD Soundsystem (This is Happening)
  6. Thieves in the Night, by Hot Chip (One Life Stand)
  7. Teenage Dream, by Katy Perry
  8. Fireflies, by Owl City (Ocean Eyes)
  9. Radioactive, by Kings of Leon (Come Around Sundown)
  10. Sleazy, by Kesha (Animal)

Em busca dos 21k: Tiros

Comecei a treinar de verdade, com assessoria, planilha, treinador e tudo que tenho direito. Comecei a um mês e estou adorando. Ainda acho esquisito seguir treinos, muitas vezes com quilometragens mais baixas do que eu estava acostumada, mas estou gostando. Meu corpo está ficando mais definido, meus músculos mais resistentes e eu mais sorridente.

Gostei de trinar tiros. Meu primeiro treino de verdade envolveu 3x200m + 3x500m + 3x200m e uma caminhada de 20 minutos para finalizar. Parece pouco, mas para mim foi muito. É impressionante a sensação de poder que você tem quando termina um treino deste tipo. A adrenalina sobe à tal estágio que você se acha rei, no caso, rainha. Agora começo a entender a postura de Usain Bolt nas provas de 100m, eu que não sou nada me sinto poderosa, imagina ele que bate um recorde atrás do outro com tempos que parecem desumanos. E acho que se fosse eu ali, seria pior. Não tem como ser humilde quando a adrenalina está tão forte, batendo com tudo.

E como é cansativo. O peito dói, você fica quase morrendo de falta de ar, as pernas ficam bambas de tanta força que você coloca nas passadas. É difícil respirar durante, é quase impossível depois. E mesmo com a dor, com as pernas pesadas nos dias posteriores, com o cansaço na hora, eu simplesmente ADOREI. Nunca tinha feito um treino deste na vida. Recomendo para todos. Os efeitos, além do psicológico, ainda não senti. Mas, logo logo tem uma provinha de 10K, a Vênus, onde poderei testar a evolução do treino em busca da Meia Maratona.

Feliz 2010!

Olá, leitores. Feliz 2010 para todos!

Mais um ano chegou e, com ele, novas experiências, sonhos, realizações e expectativas que estão por vim. E, como o tempo é de renovação, nunca conheci alguém que não faça aquela listinha básica de promessas de Ano Novo. A minha inclui desde fazer dieta, trabalhar mais, me dedicar aos estudos e, obviamente, treinar para alcançar a marca da meia maratona (21km).

Esse clima de tudo novo sempre me dá ânimo para recomeçar – até mesmo porque, quase sempre, estou na praia, tomando sol e curtindo a paisagem incrível do mar! E por falar em praia, a corrida é um esporte que se aplica bem à paisagem. Contudo, é preciso tomar alguns cuidados básicos. Eu já disse alguns antes, mas aqui vai uma listinha completa.

  • Cuidado com o sol: durante o verão, e principalmente na praia, é imprescindível que se tome cuidado com o astro rei que, apesar de nos alegrar, é bastante perigoso. Então, vale a pena investir em um protetor solar especializado, mesmo que o preço seja um pouquinho mais alto. Existem várias opções nas farmácias de protetores que prometem não sair com o suor.
  • Dê preferência para correr pela manhã, até umas 9h. Na parte da tarde, quando o sol também é mais fresco, o solo já absorveu o dia inteiro de calor e o ar fica mais quente. Por isso, a corrida pela manhã é mais agradável. Mas, como está todo mundo de férias e acordar cedo for difícil, correr quase ao pôr-do-sol é a melhor opção.
  • Busque as sombras: por mais que correr na beira do mar pareça legal, lá não tem sombra e o calor pode tornar-se insuportável e prejudicial. Eu prefiro, sempre, correr onde tem bastante sombra.
  • Use uma viseira. Mesmo não estando lá tão na moda,a ventilação dela é excelente e proporcionar ótimo conforto. É a melhor maneira de proteger o rosto sem assar a cabeça no boné faz.
  • Coma coisas leves. Aliás, alimentação leve e saudável combina perfeitamente com qualquer verão.
  • Corredor também se diverte e bebe cerveja na praia. A dica é deixar para tomá-la algum tempo depois do treino para evitar desidratação.
  • Falando nisso: hidrate-se mais do que de costume. Recomendo uma geladíssima água de coco, que repõe tanto a água como os sais minerais, é natural e uma delícia.
  • Use roupas leves. Na praia, dispenso a camiseta e dou preferência para um short de corrida e um top.
  • Use tênis de corrida, mesmo na areia. Apesar de alguns defenderem a prática de corrida descalço, não estamos acostumados a correr sem o tênis. E, apesar da areia oferecer um impacto menor, ainda assim o corpo precisa do amortecimento correto.
  • Para não negligenciar os treinos, fale para seus amigos e companheiros de viagem que você vai correr naquele dia. Assim, você não se decepciona e não os decepciona. E, quem sabe, alguém se anima e você consegue um parceiro para correr na sua cidade…
  • E, muito importante, corra sem compromisso com tempo, sem meta, sem nóia. Corra para movimentar o copo nas férias, mas, principalmente, para se divertir!
Próximas Corridas

Lace up to save lives!

Há três anos eu trabalho com a África do Sul. Aos pouco, aprendi a amar e a me importar com as questões do continente. Quer dizer, não somente quando comecei o trabalho. Eu sempre fui sensível aos problemas humanos deste que parece um lugar totalmente abandonado pelos países líderes; as imagens sempre me chocaram. Só que o contato com a África do Sul me fez mais perto de tudo aquilo que quase nunca lemos nos noticiários. Me fez enxergar, e me importar de fato, com os problemas sociais, como a AIDS.

Segundo os números da OMS (Organização Mundial de Saúde) a África do Sul é o país que tem mais pessoas infectadas pelo vírus HIV no mundo, com 5,7 milhões de doentes em um total de 48,5 milhões de habitantes. Parte da culpa, segundo especialistas, deve-se ao descaso com que os problemas do continente são tratados pelos países; aos líderes da África do Sul que colocaram à luta contra AIDS em segundo plano e a não adotaram políticas públicas eficiente em combate e prevenção da infecção pelo vírus; a desinformação e crenças absurdas da população e ao grande índice de estupros (estima-se que em certas regiões ocorram mais de um milhão por ano); e, sem dúvida, ao lucro das grandes empresas farmacêuticas que ganham rios de dinheiro com os remédios e coquetéis antiretrovirais (ARV) com patente.

No Brasil, cerca de 0,35% da população, ou 540 mil pessoas, é infectada pelo vírus HIV. Mesmo assim, há políticas eficientes dos governos, campanhas de conscientização nas escolas e medidas governamentais que ajudam no tratamento da doença e impedem a disseminação do vírus. Um exemplo é a quebra de patentes dos remédios ARV, que tornou-os infinitamente mais baratos. O país tornou-se referência no tratamento da doença no mundo e tem contrato de cooperação com diversos países da África subsaariana, a mais afetada pela epidemia.

Diante de enormes números, nós, sozinhos, nos sentimos impotentes. Contudo, podemos participar de campanha encabeçada por entidades de combate a AIDS, divulgadas por empresas bacanas. Um exemplo é a (RED) –  www.joinred.com. A ideia  é usar a força de compra dos consumidores, revertendo parte do lucro de certos produtos para o Fundo Global de combate à Aids. Ela juntou várias marcas reconhecidas internacionalmente e criou uma linha (RED). Toda vez que você compra um destes produtos, você ajuda milhões de pessoas à: conseguir remédios antiretrovirais, fazerem o teste de HIV, ter informações e treinamentos sobre a doença e prevenir que a AIDS passe de mãe para filho. Quer dizer, com pouco você ajuda a parar o avanço da doença no continente.

Lá fora, existe uma gama enorme de produtos de várias empresas que participam da campanha (Converse, Dell, Apple, Armani, GAP, Hallmark, Starbucks e Nike). Aqui no Brasil, encontrei o cadarço vermelho da Nike que custa apenas R$ 14,90. Existe em três tamanhos e você pode adquiri-lo em qualquer Nike Store. O nome da campanha é lindo: “Lace up to save lives” e ele vem numa caixinha vermelha e branca com o mapa da África desenhado pelo cadarço. Também vi que a Converse tem alguns tênis, mas ainda não vi nas lojas (ainda vou pesquisar mais e coloco os que achar produtos nos comentários).

Para se ter uma ideia como é possível ajudar, o tal do ARV custa cerca de R$1 cada e o efeito parece mágico – em dois meses, o doente tem uma melhora absurda, visualmente e em qualidade de vida. Veja abaixo.

Hidrate-se

Se tem uma coisa fundamental na corrida, e em qualquer prática de esportes, é a hidratação. Independente da temperatura, frio ou calor, a desidratação faz muito mal à saúde. Durante o treino prejudica a performance e pode causar problemas como queda de pressão, desmaios, exaustão pelo calor e até a morte. E, se for no dia-a-dia, ou seja, se você não se hidratar adequadamente durante o dia e repuser menos fluído do que o necessário, haverá uma queda no rendimento dos treinos que vai pegá-lo desprevenido e poderá causar enxaquecas, cansaço, indisposição e outras cositas más.

Mas qual é a quantidade adequada de fluídos? Aí é seu corpo que vai dizer. Os especialistas apontam que é necessário beber em torno de meio litro duas horas antes de começar o treino – o que seria o tempo necessário para o corpo absorver toda essa água e eliminar o que sobrou. Feito isso, é importante que você se mantenha hidratado sempre durante a corrida, bebendo água sempre, mas não tanto a ponto de ficar com líquido acumulado e balançando na barriga – particularmente, isso me causa desconforto e dor. A sugestão é que você faça um teste para saber o quanto você consegue beber sem chegar a essa situação. Depois também é super importante, para repor a quantidade de água perdida. E durante o dia, já senso comum que se beba de 2 a 4 litros de fluído para manter-se saudável. Ou seja, hidrate-se antes, durante e depois do treino – hidrate-se o tempo inteiro.

O que tomar?

Especialistas em esportes dizem que aquelas bebidas esportivas, como Gatorade, são bem completas para hidratar o atleta. São bem ricas em sais minerais, um dos componentes necessário para a reidratação. Eu não gosto delas, acho bem ruim. Também não consigo entender o seguinte: 200 ml de Gatorade, por exemplo, contém 48 kcal, 12g de carboidratos e 90 mg de sódio. A água mineral tem 0 kcal e 1,19 mg de sódio – o que corresponde quase 1/100 do isotônico em questão. Li estudos que indicam que o sódio dificulta a absorção de líquido no corpo. Então, alguém especialista me explica como uma bebida que contém um alto teor de sódio pode ajudar na hidratação? E será que algo que é natural não é bem melhor do que essas coisas industrializadas?

Na minha humilde opinião de corredora há dois anos, acho que o bom mesmo é água durante a corrida e água de côco natural (meio a meio, como sempre peço lá no Ibira e pago R$ 2,50) para depois. E viva o natural, porque dessas coisas químicas, eu tô fora. Detesto.

O melhor mesmo é você consultar um especialista que vai te orientar direitinho como se hidratar durante o treino. Uma coisa é fato: hidratação não pode faltar!

PS: Enquando escrevo sobre isso aqui, penso na possibilidade de uma nova tatoo que celebre a minha paizão por corrida!

Pôlemica das Camisetas do Circuito Vênus

Algumas mulheres tiveram problemas em conseguir a camiseta do número solicitado para inscrição do Circuiro Vênus, que aconteceu no último domingo (15). Eu fui uma delas. Por isso, fui atrás de saber o que de fato aconteceu. Fui por dois caminhos: via Twitter e e-mail.

Publico aqui, na íntegra, as respostas que recebi da Iguana Sport e da Nike sobre a numeração das camisetas. Posso dizer: empresas estão fazendo como políticos, cada uma empurra a culpa para a outra.

A resposta recebida pelo twitter @nikecorre a seguinte resposta por Direct Message:

Agora, quero expor o que a Iguana Sport escreveu por e-mail:

“Sra. Flavia,

Boa tarde,

Entendemos a sua insatisfação e pedimos desculpas pela incoerência na informação passada pela nossa equipe de entrega dos kits.

Importante esclarecer, que ao solicitarmos a numeração da camiseta no ato da inscrição, temos como objetivo compor o kit com uma confecção que atenda as nossas participantes. Por uma falha, recebemos as quantidades diferentes das solicitadas em nossa grade, o que ocasionou uma adequação dos tamanhos das camisetas em nosso estoque.

Sabemos que tal situação gerou um desconforto, mas gostaríamos de ressaltar que nos preocupamos com cada detalhe para garantir a vocês  a satisfação de participar do evento.

Ciente que tais imprevistos podem acontecer é que mencionamos no regulamento:

§ Parágrafo único: O tamanho das camisetas está sujeito a alteração, de acordo com disponibilidade.

De qualquer forma, as suas sugestões e críticas serão analisadas com carinho, contribuindo para melhoria em nossas próximas organizações.

Atenciosamente,

Iguana Sports.”

Se querem enganar a nós, corredoras, poderiam ao menos combinar uma versão final, né? Assessoria de Imprensa serve para…?

Circuito Vênus 2009: 4ª etapa – São Paulo


A4ª edição do Circuito Vênus de 2009, que aconteceu no último domingo (15), foi bem maior que as anteriores. A organização divulgou cerca de cinco mil inscrições, sendo que a última de São Paulo, em março, tinha 3,2 mil. E esse aumento foi visível: muitas mulheres se aglomeraram nas saídas para a largada, que  estava bem maior do que nas outras edições, muita gente circulando pelo Jóquei Club e muitas mulheres correndo também.

Eu, particularmente, adoro essa prova. E são muitos os motivos: o percurso, o propósito, os mimos, o kit e tudo que a organização proporciona. Acho fundamental ter algo que celebre a saúde da mulher e incentive a todas à prática de exercício físico. E é tão bacana ver que nós estamos ganhando espaço no mundo dos esportes e das corridas – que era dominado primordialmente por homens.

É nesse tipo de ambiente que presenciamos histórias de superação e de muita, mas muita, felicidade ao cruzar a linha de chegada. Dessa vez, passei por uma mulher cega no oitavo quilometro que corria com a guia. Foi tão emocionante que cheguei a passar mal, tive que andar até o ponto de água para conseguir me acalmar. Depois que terminei a prova tentei achá-la para uma entrevista, mas não consegui. Também conheci uma mulher que, apesar de todas as lesões causadas pela corrida, estava lá, na Vênus, para superar mais esse limite do corpo. E não me canso de contar como quase todas cruzam a linha de chegada com o maior sorriso no rosto: a felicidade está ali, estampada na superação dos 5 ou 10 quilômetros que oportunou por cerca de meia ou uma hora.

É por isso que eu gasto tanto dinheiro com inscrições de provas (só neste ano, já completei sete e já estou inscrita em mais duas); é por isso que gosto tanto de correr. A corrida nos ensina muita coisa, como superar limites, como controlar o corpo e as emoções, como pensar de forma mais clara e planejar todos os passos para conquistar um objetivo. Sobretudo, a corrida ensina que nunca podemos desistir até alcançar o almejado. É divertidíssimo!

Pontos altos: o kit, com vários produtos Avon; a animação. Pontos fracos: camisetas de tamanho errado (só consegui pegar G da corrida e GG de Finisher) – o que achei muita sacanagem conosco, pois nas inscrições escolhemos o tamanho que queremos. Eles deveriam ter o controle de quantas camisetas de cada tamanho são necessárias.

Próximas Corridas

Troféu Zumbi dos Palmares – Samsung 10k
Data: 22 de novembro
Local: Parque do Ibirapuera
Inscrições: R$ 50 (www.corpore.com.br)

Circuito das Estações – Verão (10k)
Data: 20 de dezembro
Local: Pacaembu
Inscrições: R$ 66 (www.circuitodasestacoes.com.br)

Mova-se: Circuito Vênus, 4ª etapa 2009

Eu, na primeira etapa deste ano!

Domingo é dia de uma das minhas corridas preferidas, o Circuito Vênus. A corrida é só de mulheres, o clima é bem bacana e o kit é lindo.  O percurso de 10 k começa no Jóquei Clube e vai pelas redondezase. E é tranquilo, já não tem muitas subidas. Foi a primeira prova de 10k que eu fiz.

Estarei lá no sábado, nas palestras e na aula de yôga, e no domingo para a corrida!

Programação e inscrições: www.circuitovenus.com.br

XV Maratona Internacional de SP

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Às 8:20 cheguei à largada da minha primeira Maratona Internacional de São Paulo. Fui para percorrer 10k, da Av. Jornalista Roberto Marinho ao Parque do Ibirapuera. Foi a quarta vez que participei de uma prova de 10k, a paixão pela corrida já está consolidada. Sempre me emociono na largada, dessa vez às 8:58 após o hino nacional. Antes disso, estava parada ao lado de pessoas de pijama com cartazes: Pare de Fumar Correndo. Devia integrar este grupo: parei de fumar correndo. Então, a Vera – uma corredora que também estava sozinha – puxou papo comigo. “É a terceira vez que corro essa prova. A parte mais bonita é subir a Ponte Estaiada. Você vai se apaixonar”.

Dito e feito. Depois da largada de mais ou menos 10 minutos (que foi o tempo que eu levei para passar pelo ponto de início da prova), a primeira subida à ponte é extraordinária. Não pela paisagem ou arquitetura da obra magistral ou do Ri Pinheiros, mas pela visão dos corredores invadindo a ponte de cima a baixo, tomando conta da marginal num mar de gente sem fim. É muita gente, não importa a direção que se olha. Contudo, esse é o ponto mais fedido da prova; de tanto, quase vomitei. Estratégia mais óbvia: coloquei minha mão em forma de concha em frente ao nariz.

Foi em cima do mais recente cartão portal de São Paulo que passei por baixo da faixa dos corredores do bem, passou por mim palhaços, um homem da pedra, muitos pais e filhos correndo juntos. Desci a ponto e subi a outra ponte: mais uma vez o fedor insuportável. Até aqui foram exatos 3k, já na Marginal vejo uma movimentação de ambulância. Passo por ela, um homem gritava “me ajude, por favor”. A voz desesperada vinha do monte de gente em cima de um homem. Consegui ver as pernas do corredor, grossas e definidas, e o bombeiro fazendo massagem cardíaca. Depois disso, me assustei e diminui o ritmo inconscientemente.

O trajeto da marginal é o pior de todos, não é subida, mas é fedido. E com o fedor é quase impossível respirar direito. Quando peguei a Juscelino, fiquei extremamente feliz. Na entrada do Túnel Airton Senna, a divisão entre as provas de 10k, 25k e Maratona. Vi dois homens com o número de peito verde, correspondente aos corredores de 10k, seguirem abraçados e pulando em direção aos 25k. Tive vontade de ir, mas me contive: não estou preparada.

Na subida do túnel da Juscelino, quase na República do Líbano, começo a ouvir barulhos de sirene. Pensei: “mais um passando mal, não”. A CET mandava a gente para os cantos, as pessoas se amontoaram e não dava mais para correr. Contudo, passou por mim uma imagem inesquecível: um cadeirante a concluir a prova (acho que era o primeiro colocado da Maratona, mas a Globo, patrocinadora do evento, não divulgou). Todos aplaudiram; foi emocionante.

Depois, foi só correr em direção à largada. Olhei no relógio, atravessei a linha de chegada com 1h08min e pouco. Feliz e aliviada. Ainda não consegui confirmar o oficial.

Próxima Corrida:

Ecorun (07/06/09) – 10k

Local: USP

Inscrição: R$ 51 para assinantes 02 e R$ 61 para os demais

Largada: 9h

http://www.ecorun.com.br